quarta-feira, 14 de janeiro de 2015

Finito.

Querido, acabou. Acabou aquilo tudo que vocês falavam um ao outro. Acabou a troca de olhar, o cabelo bagunçado com o olho inchado pela manhã e a conchinha daqueles cinco minutinhos depois do relógio tocar. Acabou o bom dia por mensagem, o sorriso largo no encontro e o abraço apertado depois de alguns dias sem se verem.
Acabou o desejo, acabou o respeito, quando aquele dia você mentiu por uma bobagem e não foi capaz de assumir seu desejo de ficar só. Não honrou com o compromisso que assumiram, ignorou tudo o que já haviam vivido e agiu de forma imatura e infantil. E depois de deixar a moça esperando, em cima de sua mentira tola, você realmente acreditou que o perdão viria fácil e que a memória dela se apagaria como um porre de vodka? Engano seu. Era sua última chance e você desperdiçou como qualquer assunto que não fosse de uma relevância para os dois.
Seria se você soubesse confiar, se entregar, e tê-la como você falava. Aliás, como você falava. A cada discussão, horas na mesma tecla. O mesmo texto: “você é insegura, você precisa se auto afirmar, você, você, você…” Ela? Não, o problema não era só ela. O problema era ela e você, você e ela. Não funcionava. Você achava isso dela e ela aquilo de você.
Tinha química, tinha vontade de ficar junto, tinham planos, tinha tanto que no fim nada tinha. Porque se tivesse mesmo teria sido diferente, teria dado mais atenção aos pequenos detalhes e aos sinais de cada personalidade. Não foi, não era para ser, acabou. Ficou para trás, um tempo, um pedaço de vida, não que não tenha valido a pena, valeu, valeu pelo aprendizado, valeu por entender mais uma vez que a ilusão alimenta a carência e cega às razões. Transforma racional em emocional pelo medo de um dia nada ter, e quando se vê nada tinha e o que tinha não mais te pertence ou talvez nunca se quer, pertenceu.
http://www.revistacatwalk.com.br/finito-1/

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